Tem certas músicas que ficam na nossa vida por toda eternidade. Quando eu morrer, será que alguém pode fazer o favor de tocar strawberry fields forever? Thank´s
segunda-feira, 24 de março de 2008
quarta-feira, 19 de março de 2008
Sobre minha mente parte 2
Fico pensando, que enquanto o tempo passa, eu estou tentando conseguir um jeito de viver bem. A gente passa a vida lutando por um jeito de viver bem, e quando a gente consegue, a vida já passou, e só sobraram os anos em que não se pode mais viver. A juventude é a melhor fase da vida, e hoje jogamos ela fora com infindáveis tentativas de ter condições para uma vida tranquila. Queria poder viajar, passear, conhecer gente nova, andar num lugar com muita árvore e folhas amarelas no chão, mas queria fazer isso agora, e não quando estiver velho, quase me decompondo... em fim, o tempo em si é longo, mas o tempo que sobra pra nós é quase o de uma ampulheta pela metade... que tempos esses...
Ah, amanhã eu terei menos um ano de vida....
quinta-feira, 13 de março de 2008
O dia em que nasci moura e pereça
O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Luís de Camões
terça-feira, 4 de março de 2008
Carlos Drummond de Andrade
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice,
que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
E nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
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